Falar sobre tudo o que envolve saúde mental ainda é tabu. Mas, não deveria. Nós precisamos conversar. Nós precisamos sentir e ouvir.
Começo falando sobre ela: a tentação de olhar para grama vizinha.
O bichinho da comparação é nocivo e voraz. Gastamos tanta energia nos comparando e isso só gera desgastes e uma autocrítica sem tamanho.
Pare. Olhe para você com mais amor e compaixão. Já temos críticos demais no mundo e quem mais te critica é você mesma. Que tal se fazer um elogio? Use a palavra a seu favor e não contra você.
Segundo ponto: Rede de apoio, empatia e responsabilidade afetiva.
Saúde mental está conectada a conexões saudáveis. Cerque-se de pessoas que amem você, te apoiem nos momentos desafiadores e celebrem suas conquistas.
E lembre-se: Tu és eternamente responsável por aquilo que compartilhas. Tenha responsabilidade com o conteúdo que compartilha. Existem muitas pessoas dizendo que está “tudo bem”, mas, não está.
Sempre tive muita vontade de viver.
Cada momento, cada experiência, cada minuto sempre foram preciosos para mim.
Durante esses 41 anos venci muitos desafios em minha vida. Hoje, tenho mais consciência, sabedoria, antifragilidade e fé para lidar com cada um deles. Quando jovem, não. E toda essa vontade de viver deu lugar a uma forte depressão seguida por transtornos alimentares. Foi um momento difícil. Talvez um dos mais desafiadores que eu já enfrentei na vida.
Às vezes as coisas ficam tão difíceis que parecem impossíveis de se resolver. Você tenta enxergar uma luz no fim do túnel e não consegue. E, em um momento desesperador, a jovem Ana desejou que tudo acabasse. Que a vida terminasse ali. Ninguém sabia o que eu estava passando. Eu não falei. Aparentemente estava “tudo bem”.
Há alguns anos, socorri minha jovem vizinha. Quase a perdemos e, na época, ela tinha pouco mais de 20 anos. Ela passava por mim no corredor e dizia “Nossa, Aninha! Você está tão linda!”. Por fora estava “tudo bem” com ela. A crise, a mãe, a ambulância, a viagem até o hospital psiquiátrico. Eu me lembro de tudo com muita
nitidez. Eu estava lá.
Por tudo isso, nesse Setembro Amarelo, escolhi usar minha voz para expandir esse diálogo da forma mais corajosa e vulnerável que eu pude. Espero inspirar outras pessoas a falar, sentir, ouvir e, principalmente, a buscar ajuda.
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária todas as pessoas que querem conversar por telefone, e-mail, chat e voip. Se precisar conversar, ligue 188.
Mais informações: https://www.cvv.org.br